Guia do Peregrino

Recomendações e Sugestões

O Caminho a pé

1. Dificuldades no caminho

Nos casos de esgotamento devido ao calor, há que localizar-se num sítio fresco e ingerir bastantes líquidos (num litro de água, dissolver meia colher de bicarbonato e uma de sal). Se sentir cãibras fortes, deve-se aumentar o sal. As bolhas e feridas nos pés devem-se a meias mal colocadas ou inadequadas, unhas compridas, calçado mal ajustado (ou novo), costuras, remates interiores ou deformidades do calçado. As dores musculares têm as suas causas mais frequentes na falta de treino, esforços excessivos, mudanças bruscas de ritmo ou paragens em lugares húmidos.

2. Dificuldades: as bolhas

O estado dos nossos pés é a “chave”para podermos suportar vários dias de caminhada. Por vezes a dificuldade é acrescida quando se tem de calcorrear sobre asfalto. Ainda que existam muitos remédios e pequenos “truques”, os seus resultados dependerão sempre do Peregrino, do seu hábito de andar e da sua própria natureza e morfologia. Para o “bem-estar dos pés”, podemos dividir os cuidados em: antes, durante e após caminhada.

3. Dificuldades: as bolhas
Antes da etapa

Algumas sugestões:

Cortar e limar as unhas, ajustando-as o mais possível ao final do dedo; não molhar os pés antes e durante a caminhada (contudo, se o fizer, utilize água fria e seque-os bem antes de calçar as meias); untar bem os pés com vaselina líquida (ou “nívea” lata azul; ou Vicks Vaporub), na planta e peito do pé (evitar colocar entre os dedos) – desta forma manterá o pé bem hidratado e evitará que este transpire em demasia e o suor se concentre em áreas sensíveis dos pés; escolher umas meias de algodão (ou em cuja composição o algodão seja maioritário), preferencialmente sem costuras (caso tenha costuras, calce-as do avesso, de forma a que a costura fique voltada para a bota/sapatilha); calçar, em primeiro lugar, uma meia de vidro e depois as meias mais grossas; nunca estrear meias ou calçado novo no Caminho (utilizar somente após um período razoável de treino com ambos; levar sempre na
mochila pensos de silicone.

4. Dificuldades: as bolhas
Durante a etapa

Algumas sugestões:

Não apertar os atacadores em demasia (ter especial cuidado com a posição das meias e da “língua” das botas/sapatilhas); é normal, sobretudo com o tempo quente, que os pés inchem ao fim de alguns quilómetros (por isso o calçado não deverá, especialmente no Verão, ser demasiado justo ao pé); devemos parar com frequência e se necessário retirar o calçado, deixar aliviar a pressão causada pelo inchaço, secar os pés, meias e botas (se necessário trocar de meias; nunca molhar os pés – se, porventura, estes se molharem, se possível, deveremos trocar de meias e calçado.

5. Dificuldades: as bolhas
Depois da etapa

Algumas sugestões:

Lavar os pés com água fria e voltar a aplicar um creme hidratante (caso verifique a ocorrência de pontos avermelhados, devido à fricção, devemos arrefecer principalmente essa zona e aplicar hidratante com maior abundância; caso verifique a existência de ferida, aplicar antisséptico e deixar arejar; nunca colocar gaze, ou outro tecido a tapar as feridas); nunca rebentar as bolhas que entretanto surjam (o ideal será colocar os pensos de silicone sobre elas, ou furar com uma agulha desinfetada com um fio, vazando a bolha com cuidado – cortar e deixar o fio para que este sirva de dreno; limpar interiormente o calçado utilizado durante a caminhada e coloca-lo a secar; utilizar, depois, um calçado largo e arejado (por exemplo, sandálias); as sandálias também são uteis para usar no duche dos albergues, já que previne a ocorrência de micoses (caso aconteçam devem ser logo que possível tratadas com antimicóticos).

6. No caminho

Nos dias de maior calor, deve proteger-se a cabeça e restante corpo para se evitar insolações, de modo a evitar os efeitos nocivos do sol. Quando o Caminho coincida com estradas, circular sempre pela berma do lado esquerdo, evitando caminhar em grupos. Cuidar a limpeza dos Albergues procurando ser sempre respeitoso e amável com a população local. Valorizar e apreciar o esforço, muitas vezes abnegado, dos Hospitaleiros (na maior parte, voluntários). Siga apenas a sinalização do Caminho; evite barulhos e atitudes que perturbe a Comunidade Local; respeite tradições e costumes locais; nunca abandonar lixo no Caminho; respeite a propriedade privada; não faça lume; tenha o máximo cuidado com dias de nevoeiro e intempérie; procure sempre esclarecer as suas dúvidas recorrendo aos Pontos de Apoio e habitantes locais.

O Caminho não é uma “corrida”!

Não passes pelo Caminho… deixa antes que o Caminho passe por Ti!

Associação Espaço Jacobeus

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